Água de barrela

 

100 anos! O que esse intervalo de tempo pode contar sobre uma existência? Uma família? Ou sobre um país? A passagem do tempo se dá tanto no corpo e no seu universo subjetivo quanto no coletivo e esse é o caminho que Eliana Alves Cruz faz para restaurar a história da sua família.  “Água de barrela” começa com a celebração de aniversário de 100 anos de Damiana e nos conduz pela passagem do tempo na vida da personagem, mas também de uma família e de um país. Começamos na África com Akin e Ewà Oluwa, duas pessoas arrancadas das suas raízes por meio da violência e de um sistema econômico baseado em traficar pessoas. Esse é o começo da árvore genealógica de Damiana e, também da autora. Passamos a acompanhar a trama singular de cada uma das mulheres dessa família que precisaram resistir para poder existir. Cada nascimento, encontro, desencontro, violência, conquista, humilhação, valores e sacrifícios feitos em cada gesto para chegar aos dias de hoje. No pano de fundo dessa história testemunhamos a construção de um país em cima de muita violência, ao longo de momentos históricos como a Guerra do Paraguai, uma pandemia, a Lei do ventre livre, a Lei Áurea entre outros. Nos damos conta de como nossa história é feita de apagamentos e violências. E diante disso, só há uma maneira possível para entender do que somos feitos, do que não se pode mais admitir e daquilo que precisa ser reparado – ler, estudar, escutar e conseguir atravessar os apagamentos um a um dentro de nós.

 

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